Intolerância Religiosa, foi o texto que digitei para achar esta figura que ilustra meu texto.
Dizem que Política, Futebol e Religião não se discute. Eu discordo, acho que todo assunto se discute, quanto mais vezes melhor, mas ainda me espanto com as pessoas. Definitivamente não sei lidar com elas. Me confesso um incompetente nisso. Falta-me tato, tino, visão, prudência, paciência. Minha irmã, que faz psicologia, diz que ninguém é capaz de se pôr no lugar de outro mesmo que queira. Claro. Cada um é feito de sua vivência, crença, medo, trauma, desejos, prioridades.
Porque tô falando isso?
Bom eu conheço um monte de religião. Catolicismo, Umbanda, Kardecismo, Cabala, um pouco de Budismo, Islamismo e outros ismos... Nunca gostei de religião. Tenho fé, muita, mas minha visão de Deus é diferente da que muita gente acredita, não vou explicar aqui, mas é diferente. É certo ou errado? Quem sabe? Ninguém. Mas não creio nas casas, acho que todas sem excessão tem pontos muito positivos mas também pontos negativos. Tenho uma postura de curiosidade com elas, quero conhecer em que acreditam e em que não acreditam. Não tenho medo, não tenho preconceitos, gosto de entender e se a pessoa então gostar de explicar e mostrar fico feito criança com brinquedo novo.
Aonde entram as pessoas? Entram num papo que tive hoje. Fico pasmo as vezes de ver como são limitadas as pessoas. Não que eu não seja, sou bastante, mas tento evitar. Sou um curioso nato, para tudo, até meio efusivo, mas sou assim, gosto de ouvir para compreender, tentar ver por aquele prisma. Certa vez um amigo foi me mostrar uma música que ele tocava no piano e saimos dali horas depois de uma sabatinada gigantesca de perguntas que fiz e que ele mesmo nunca tinha perguntado ao próprio professor em anos de treino. Ele teve de pegar livros, reler, mostrar, satisfazer minha curiosidade de coisas que nem ele mesmo lembrava ou imaginava que saberia responder. Sou assim, quando gosto de algo sou compulsivo, quero respirar aquilo, com tudo sou assim. Fiz isso hoje com religiãoem um grupo de conhecidos, e expus minha visão.
CARACA. Pára tudo que vou sair dessa sala.
A intolerância religiosa é densa. A diferença de crenças é combatida como ofensa, sei lá, como algo que se não for arduamente combatida, aquele que ficar calado, irá queimar no fogo do inferno tal qual o pior dos pecadores, vi essa atitude nas pessoas hoje. Apesar de minha calma natural não consegui me fazer entender, não consegui demonstrar que acredito na intenção e não no rótulo, que acredito que bem e mal são partes da mesma energia, que pode haver bem no mal e mal no bem. Não consegui sequer expor minha idéia maluca que tudo é uma coisa só, e que muda aqui muda lá, tira aqui falta lá. Não consegui demonstrar como acredito em um só e em muitos ao mesmo tempo. Fracasso total ante o paredão fuzilante de intolerância.
Engraçado, acreditam nas histórias mais loucas, mais impróprias, mas não conseguem ver que mundos pensam diferente até mesmo para coisas iguais que só mudam de nome. Dollar, Real, Yene, muda o nome, muda a nota, mas no fundo é dinheiro. Acham mais fácil acreditar que um ex-assassino agora é bonzinho e por isso acordou com dentes de ouro dados por Deus; que Xuxa não é casada com homem porque vendeu a alma e não porque ela tem toda pinta de lésbica; para algumas pessoas é mais fácil ver verdades em coisas desse tipo a crer que história contada é sempre aumentada, a que crer que alguém que chama por Ogum num momento de nervoso é igual em bondade a alguém que chama por puta-que-o-pariu-fudeu pois o bem está no coração e ação e não no nome do protetor e na roupa usada para louvá-lo.
Algumas religiões simplesmente são mais intolerantes que outras. Algumas pessoas mais díficeis que outras. Eu continuo o mesmo incapaz com pessoas. Que pena para mim! Ou não...